segunda-feira, novembro 08, 2010

7 de Novembro de 2010

Um não me apetecer fazer nada lascivo e depressivo toma conta de mim. Angustia e frustração inundam o meu fim de tarde… arrastando-me numa corrente de sentimentos que não quero sentir… dos quais quanto mais tento fugir mais neles tendo a mergulhar…
Já meditei, já fiz terapias… já li… já comi, já sonhei de olhos abertos… mas tudo hoje me soa a insatisfação. Desde há uns dias que não pareço encontrar alegria em muitas tarefas do dia-a-dia. Muitos têm sido os dias, ultimamente, em que deixo fluir simplesmente como me ensinaram que se deve fazer e só tenho ido dar a becos sem saída… num deserto de alegria e falta de ânimo.
Em momentos como estes desconfio que me engano a mim mesma… simplesmente para sair da cama e viver mais um dia.
Há muitas coisas nesta vida que detesto fazer e demasiados momentos em que não me apetece estar cá.
Vejo tanta estupidez humana criada à nossa volta… tanta prisão social que leva meio mundo à ruína! Como é que consigo voltar a convencer-me que é possível ser-se feliz na Terra?
Os meus irmãos estão demasiadas vezes mergulhados nas suas lutas que acabo por ficar sozinha a tentar ter força para ajudar quem vem ter comigo! E muitas, aliás demasiadas vezes, me questiono quem sou eu para tentar ajudar seja quem for, quando há dias em que ajudar-me a mim mesma já é tarefa grandiosa demais.
Não sei se tenho fibra para aguentar mais uma vida cá alimentada a simples momentos de alegria que tento encontrar ou criar… quando vejo tudo de costas voltadas… a tentar sobreviver! e quando acredito que não deve ser assim...
Muitos são os momentos da minha vida em que a única coisa que me anima é ajudar… mas noutros só consigo encher-me de egoísmo e desejar para mim o prazer mundano de ter alguém a meu lado para partilhar a vida e construir uma família, como um comum mortal. Algo que me motivaria com certeza mais do que simplesmente viver para ajudar e não ter tempo para mim, a não ser para privar algumas vezes com os amigos e estar sozinha para recuperar o equilíbrio. Creio que seria tudo mais fácil de suportar… contrabalançar a vocação de ajudar com uma vida em que me sentisse completa. Podem dizer-me que atribuo à construção duma família demasiada esperança, talvez porque é a única coisa que não tenho… nem pareço a caminho de o fazer…
Tenho um lar feito para mim, com paredes caiadas de solidão. Quando passam aqueles momentos de trabalhar em mim que sei que tenho que ter e nos quais me sinto em paz e internamente feliz comigo mesma… esta solidão parece sufocar-me e tornar-se insuportável.
Não pensem que há alguém que fique isento de se questionar do seu valor e da sua continuidade aqui?!?! Quero vezes demais largar estes nós que me atam a esta vida e voltar para o “paraíso” para viver em amor… longe deste mundo da matéria impregnado de lixo energético e de seres corrumpidos pelas máscaras da encarnação.
Não sei se tenho estrutura para ser a minha vida toda tábua de salvação, mesmo sendo aquilo que mais gosto e para o qual nasci, quando o meu ser se sente só... aprisionado e esgotado de estar aqui...
Hoje até respirar me custa... mas não consigo chamar ninguém... pois não existe ser ao cimo da Terra capaz me ajudar a lidar com estas dores, dúvidas e frustrações...
Será que isto me acompanhará para sempre?!? Sei que a revolta e falta de aceitação em estar na Terra amainaram nestes últimos anos, pois no passado quase me levaram à perdição... mas nunca desapareceram completamente...
Só peço que Deus se lembre de mim e me envie tanta luz que estas emoções se apaguem duma vez só e a felicidade plena de viver aqui nasça... para que me sinta completa com o que é meu para ser aqui...
Sei que estou em trabalho interior e muitas vezes este trabalho é duro. Estou a curar questões relacionadas com medo de amar, medo de perder, medo de sofrer! Sinal de que estou realizar alguma cura é sonhar durante a noite que estou a mudar mobílias numa casa (Pronto, agora é que todas as pessoas que lerem isto vão passar-me um atestado de loucura eheheheh) e ontem foi com isso que sonhei e fico feliz por isso... mas o que eu anseio neste momento é o bem-estar que advém da cura, como se me encontrasse sedenta por beber a água sei que me saciará… nem que seja por uns momentos.

Este mal-estar, esta vontade de chorar… esta fragilidade desgastam-me! Perguntam-me estás triste e não tenho o que responder, não é nada que consiga explicar... é somente o troco que recebo de trabalhar em mim… há quem viva no automático e vá ficando triste ou alegre com os acontecimentos quotidianos… eu além disso, como comum mortal, não ficando alheia aos acontecimentos da minha vida diária, opto pela consciência e pelo trabalho interior. É duro, sim… podem chamar-me masoquista, porque desta vez até eu estou achá-lo.

1 comentário:

Marciana disse...

Eu entendo-te nina... como te entendo...
Eu recebi com surpresa o meu companheiro porque, sempre pensei e acreditei que não iria ter ninguém (visto ser disfuncional)... Não te vou dizer o que o óbvio... vou te pedir que me dês a tua mão, juro que a Tua mão chega é só para não nos perdermos 1 da outra...