sexta-feira, julho 02, 2010

30 primaveras...

Toda a minha vida tracei o meu caminho da melhor forma que consegui, daí me orgulhar de cada opção e de cada experiência... tenha corrido melhor ou pior no final das contas feitas. A Elka (Beijo enorme para a minha amiga do coração) costuma dizer que eu tenho uma costela suícida (ela também, mas são outras estórias :p ). Essa expressão dá-me alguma vontade de rir, mas não deixa de ter o seu fundo de verdade. Sempre lutei pelo que quis, sempre dei saltos de fé... sempre acreditei e segui... e se não ia a bem, como eu queria, eu empurrava.
Hoje em dia apercebo-me de que mudei. Se tenho que aguardar, se tenho que largar um desejo, porque a luta não surte o efeito desejado... se tenho que ceder nalguma coisa em que acredito... ainda vacilo... ainda fico ansiosa... porque a minha tendência natural é lutar. Percebo que me é dificil parar e conseguir distinguir entre aquelas situações em que é necessário insistir para surtir o efeito desejado ou aquelas em que é melhor aguardar ou até desistir definitivamente, mas já sei aceitar... já sei gerir estas situações com uma serenidade que não existia em mim!
Acho que a palavra rebelde me assenta bem, mas sei que a minha rebeldia já é bem mais controlada e direccionada do que era. Foram precisos quase 30 anos para eu chegar ao ponto em que consigo lidar com um não, um talvez e com os impasses, percalços ou rupturas duma forma completamente diferente. Lembro-me de momentos em que para lutar pelo que achava uma injustiça ou por algo que acreditava que valia a pena praticamente empenhava toda a minha energia na luta e o resto da minha vida andava a meio ou a quase nenhum gaz.
Só notei que havia mudado quando me deparei com uma situação especifica este Agosto. Algo em que eu instintivamente e do fundo do meu coração acreditava revelou-se ser totalmente diferente... e eu em vez de lutar aceitei... aceitei a ordem que o universo estabeleceu e aceitei o livre-arbítrio das pessoas envolvidas. E além de ter aceite nem sequer me revoltei...
Aí apercebi-me do quanto cresci, do quanto evolui. Consegui domar um pouco da minha rebeldia interior e agradeço do fundo do coração à minha essência essa evolução, pois isso trouxe-me uma paz imensa...
Esta mudança e muitas outras que aconteceram ao longo da minha vida, tenho que agradecer às pessoas com as quais me cruzei, mesmo àquelas que me magoaram. Não me esqueço que muitas vezes no passado me disseram que os nossos maiores inimigos são os nossos maiores aliados. Hoje percebo o porquê! Todas as quedas, as chapadas, os tropeções, as partidas e as maldades que me fizeram levaram a que, em conjugação com as coisas boas que me aconteceram, seja quem sou hoje.
E eu sou alguém de quem me orgulho ser!
É isto que me motiva a levantar a cada dia e sorrir, procurando ser feliz a cada minuto.
É isto que distingue este período da minha vida em relação ao resto. Não aconteceu dia 9 de Setembro quando fiz 30 anos, mas foi algo que se manifestou em 2010, no ano em que fiz 30.
Agradeço as dádivas de cada dia... agradeço os anjos com que me cruzo a cada diz... aqueles de carne e osso e os outros...
Sou feliz e sei que o meu futuro vai ser maravilhoso, porque eu mereço.
Sentir tudo isto é o que me distingue em relação a uma grande parte da minha vida, porque embora tivesse muita vontade de ser assim, nem sempre o sentia no fundo do coração.
Isto não invalida que como qualquer ser humano não tenha momentos de maior tristeza ou não me sinta perdida... eu sempre acreditei que a vida na terra servia para evoluirmos a cada dia e hoje ser mais evoluida do que ontem, não quer dizer que não tenha nada mais para evoluir no amanhã.
Por mais perfeita em relação ao passado que me sinta, não deixo de ser cheia de defeitos e pormenores para trabalhar em mim...
Mas hoje sorrio em pleno e digo: gosto de mim e gosto da minha vida.

Aceitarem-me como sou... sem tirar nem pôr!

Vagueio uma vez mais pelo meu ser, interiorizando acontecimentos que se dão, tentanto perceber as emoções que se despoltam... em introspecção, para me encontrar uma vez mais e tornar-me mais forte... ainda mais forte.
Volta e meia vêm estes períodos em que quase sinto falta de parar e de me isolar para conseguir dar conta dos fios pendurados que por obra de tudo menos acaso são puxados e deixados à solta.
Estou com maior renitência do que o habitual para o fazer...
Custa-me mais do que habitual estar só... como se existisse em mim um receio de que os fantasmas da solidão despertassem e me assombrassem de novo. Não quero mais passar por essa estrada sombria... escura e fria. Talvez seja cobardia... mas quando penso nisso parece que me torno criança de novo e deixo de ser, por momentos de hesitação, por mais curtos que sejam, a mulher forte e independente que sou. Então a um pedido de ajuda que seja fujo de estar comigo própria, o que sei que me faz fugir daquilo que tenho que trabalhar.
Escrever sempre foi a minha maior terapia e recorro agora como forma de pedir quase um milagre, que as palavras que derramo no papel e os momentos em que me encontro com a minha essência, enquanto escrevo, sirvam para que me encontre e para que trabalhe o que tenho a trabalhar...
Sei que me aceito tal e qual sou... amo-me tal e qual... cada ponto, cada vírgula do que sou, cada característica, cada tendência... cada experiência vivida. Mas existe um medo em mim, com o qual não estou a conseguir lidar! Tenho medo que algures não exista alguém verdadeiramente capaz de me aceitar e amar como sou. Mais do que as bagagens que possa carregar, até porque todos as temos, sou diferente e o que faço da minha vida, mesmo a minha maneira de estar é muito diferente da maioria! Além disso, não quero, nem sinto que vá encontrar alguém que seja como eu, semelhante a mim. Sempre senti que a pessoa que ficaria a meu lado teria de ser alguém mais terra-a-terra para me conseguir equilibrar! Sinto falta de alguém que me chame à terra e me ajude a ter mais uma ou outra actividade dita normal, se não eu perco-me em mim e no meu mundo de energias... do mais simples ir ao cinema, ao teatro, a um concerto. O meu maior medo é que, como até então me aconteceu, eu afugente quem se queira aproximar... e continue a assustar quem possa até se interessar...
Não sou uma pessoa fácil... com a agravante de que tenho dificuldade em me interessar por alguém... mas vou acreditar na minha mãe e na expressão fantástica que utiliza que tem qualquer coisa a ver com cada panela ter uma tampa... eheheheh! Vamos acreditar que eu não vou ficar ofuscada com tantas ou tão poucas tampas e acabo por ficar destapada... shiiiiii... metáfora estranha!!!!
Bem vou é ser uma menina linda... corajosa... e trabalhar em mim o que tenho a trabalhar... o resto virá por acréscimo... Seja o que Deus quiser!