sexta-feira, novembro 19, 2010

Passado é passado… mas é para ser trabalhado!

Olho para atrás e vejo que (tal como qualquer outra pessoa) muitas foram as circunstâncias em que fui ferida… em que me mostraram a maldade, a dor, ao invés do amor. Muitas foram as vezes em que vivi a falta, o vazio… a solidão escura e fria… para me tentar esconder até de mim, só para não sentir mais nada. Muitos foram os tropeções e até as rasteiras. Planos rasgados… desejos perdidos… futuros ruídos…
Sei que sou quem sou por cada passo que dei… pois sei que o passado, de certa forma, me fez ser a pessoa que hoje sou. Mesmo assim, há pessoas que, olhando para atrás, eu ainda não consegui perdoar, só o tempo fará esse passe de magia. Reservo-me essa liberdade e sou tolerante comigo mesma, pois se estou ferida não tenho que me obrigar a abrir mais a ferida, encarando ou teimando em querer perdoar o que ainda dói demais sequer de ser pensado. O tempo encarrega-se de fazer o resto do trabalho…
Aceito, no entanto, que todos nós temos momentos em que somos bons e temos momentos em que podemos ser maus. Aceito que possamos entre nós, nem que seja momentaneamente, representar o papel de “carrascos” na vida uns dos outros (ler a Pequena Alma e o Sol de Neale Donald Walsch), mas reservo-me a liberdade de lidar com as minhas dores ao meu ritmo. Não tenho que me massacrar para perdoar o que dentro de mim ainda é sentido como imperdoável. A seu tempo se manifesta a energia do perdão!
Sei que “O melhor modo de nos vingarmos é não nos assemelharmos a quem nos fez mal”… e sigo esta máxima a 100%... não faço mal, nem desejo mal a quem mal me fez. Envio luz sempre que me lembro, para que essas pessoas se encontrem com os seus actos e se perdoem a elas próprias pelo mal que fizeram. Não para que me peçam perdão a mim mais tarde…
Não devemos danificar o nosso corpo energético consumindo-nos com emoções negativas (raivas/agressividades/mágoas). Devemos ter a força para nos reconstruirmos a partir das quedas mais duras, porque quando nos erguermos vamos ser mais fortes… mais maduros… mais seguros! Não vamos atribuir nem a uma situação nem a uma pessoa específica o assassínio da nossa vida e do nosso ser…
Além disso, não devemos isolar-nos do mundo por medo de voltar a ser feridos… porque o universo segue os nossos chamamentos. E se vibrarmos em medo, o universo vai trazer-nos mais provas para testarmos esses medos!
Devemos ter a coragem de olhar para nós… para as feridas… para as dores e primeiro de tudo perdoarmo-nos a nós próprios por tudo o que aconteceu e por todas as nossas acções, pensamentos e emoções que advieram de toda a situação.
Abraçarmo-nos fisicamente durante alguns dias dizendo “Eu amo-me, eu respeito-me, eu perdoo-me e peço perdão a mim mesmo, eu aceito-me tal e qual como eu sou”… pode ser uma das ferramentas utilizadas.
Depois devemos dar amor a nós mesmos… olhar para nós… feridos, doridos… e aceitar cada emoção, cada pensamento, cada acto nosso… deixar que tudo isso se manifeste, centrando a atenção no coração... para que estas energias se dissipem, não mais se manifestando. Imaginar um amor imenso por nós mesmos a inundar-nos! Importante é não se deixarem levar na corrente destas dores… deve-se sentir simplesmente para deixar passar. Podem até imaginar um rio e imaginarem-se a lavarem nesse rio corpo e alma… para se livrarem de tudo o que vos limita e auto-destrói…. tudo o que vos afasta da crença de que podem ser felizes novamente e de que novamente podem sentir o amor a inundar-vos a essência.
Depois o passo seguinte é a reconstrução… o reencontro connosco próprios e com o mundo… com muita calma, amor e tolerância para connosco próprios… fará o trabalho dia após dia. Sem que notem, em menos de dois tempos vão ver o resultado maravilhoso da reconstrução!
Eu sou humana… erro… tenho tanto de fragilidade como de força… tanto de defeitos como de virtudes… e abraço a cada dia todas as minhas sombras, tanto quanto abraço a minha luz. E o trabalho com as minhas sombras é que me tem feito crescer a cada dia…
Mesmo quando requer tocar em feridas que já escondi no fundo de um baú, trancado a sete chaves (quais fantasmas do passado)… prefiro mergulhar no rio e lavar-me, mesmo que por segundos tenha que reviver o que no passado considerei inferno… isto porque o trabalho final vale a pena… e o orgulho que sinto de ser quem sou é o maior valor, porque a cada dia amo mais e mais o ser em que me estou a tornar…

segunda-feira, novembro 08, 2010

7 de Novembro de 2010

Um não me apetecer fazer nada lascivo e depressivo toma conta de mim. Angustia e frustração inundam o meu fim de tarde… arrastando-me numa corrente de sentimentos que não quero sentir… dos quais quanto mais tento fugir mais neles tendo a mergulhar…
Já meditei, já fiz terapias… já li… já comi, já sonhei de olhos abertos… mas tudo hoje me soa a insatisfação. Desde há uns dias que não pareço encontrar alegria em muitas tarefas do dia-a-dia. Muitos têm sido os dias, ultimamente, em que deixo fluir simplesmente como me ensinaram que se deve fazer e só tenho ido dar a becos sem saída… num deserto de alegria e falta de ânimo.
Em momentos como estes desconfio que me engano a mim mesma… simplesmente para sair da cama e viver mais um dia.
Há muitas coisas nesta vida que detesto fazer e demasiados momentos em que não me apetece estar cá.
Vejo tanta estupidez humana criada à nossa volta… tanta prisão social que leva meio mundo à ruína! Como é que consigo voltar a convencer-me que é possível ser-se feliz na Terra?
Os meus irmãos estão demasiadas vezes mergulhados nas suas lutas que acabo por ficar sozinha a tentar ter força para ajudar quem vem ter comigo! E muitas, aliás demasiadas vezes, me questiono quem sou eu para tentar ajudar seja quem for, quando há dias em que ajudar-me a mim mesma já é tarefa grandiosa demais.
Não sei se tenho fibra para aguentar mais uma vida cá alimentada a simples momentos de alegria que tento encontrar ou criar… quando vejo tudo de costas voltadas… a tentar sobreviver! e quando acredito que não deve ser assim...
Muitos são os momentos da minha vida em que a única coisa que me anima é ajudar… mas noutros só consigo encher-me de egoísmo e desejar para mim o prazer mundano de ter alguém a meu lado para partilhar a vida e construir uma família, como um comum mortal. Algo que me motivaria com certeza mais do que simplesmente viver para ajudar e não ter tempo para mim, a não ser para privar algumas vezes com os amigos e estar sozinha para recuperar o equilíbrio. Creio que seria tudo mais fácil de suportar… contrabalançar a vocação de ajudar com uma vida em que me sentisse completa. Podem dizer-me que atribuo à construção duma família demasiada esperança, talvez porque é a única coisa que não tenho… nem pareço a caminho de o fazer…
Tenho um lar feito para mim, com paredes caiadas de solidão. Quando passam aqueles momentos de trabalhar em mim que sei que tenho que ter e nos quais me sinto em paz e internamente feliz comigo mesma… esta solidão parece sufocar-me e tornar-se insuportável.
Não pensem que há alguém que fique isento de se questionar do seu valor e da sua continuidade aqui?!?! Quero vezes demais largar estes nós que me atam a esta vida e voltar para o “paraíso” para viver em amor… longe deste mundo da matéria impregnado de lixo energético e de seres corrumpidos pelas máscaras da encarnação.
Não sei se tenho estrutura para ser a minha vida toda tábua de salvação, mesmo sendo aquilo que mais gosto e para o qual nasci, quando o meu ser se sente só... aprisionado e esgotado de estar aqui...
Hoje até respirar me custa... mas não consigo chamar ninguém... pois não existe ser ao cimo da Terra capaz me ajudar a lidar com estas dores, dúvidas e frustrações...
Será que isto me acompanhará para sempre?!? Sei que a revolta e falta de aceitação em estar na Terra amainaram nestes últimos anos, pois no passado quase me levaram à perdição... mas nunca desapareceram completamente...
Só peço que Deus se lembre de mim e me envie tanta luz que estas emoções se apaguem duma vez só e a felicidade plena de viver aqui nasça... para que me sinta completa com o que é meu para ser aqui...
Sei que estou em trabalho interior e muitas vezes este trabalho é duro. Estou a curar questões relacionadas com medo de amar, medo de perder, medo de sofrer! Sinal de que estou realizar alguma cura é sonhar durante a noite que estou a mudar mobílias numa casa (Pronto, agora é que todas as pessoas que lerem isto vão passar-me um atestado de loucura eheheheh) e ontem foi com isso que sonhei e fico feliz por isso... mas o que eu anseio neste momento é o bem-estar que advém da cura, como se me encontrasse sedenta por beber a água sei que me saciará… nem que seja por uns momentos.

Este mal-estar, esta vontade de chorar… esta fragilidade desgastam-me! Perguntam-me estás triste e não tenho o que responder, não é nada que consiga explicar... é somente o troco que recebo de trabalhar em mim… há quem viva no automático e vá ficando triste ou alegre com os acontecimentos quotidianos… eu além disso, como comum mortal, não ficando alheia aos acontecimentos da minha vida diária, opto pela consciência e pelo trabalho interior. É duro, sim… podem chamar-me masoquista, porque desta vez até eu estou achá-lo.

Oportunidades...

Cruzas-te na tua vida com centenas de pessoas com uma estória de vida única, diferente de todas as outras... com as quais tens a opção de aprender, seja pela positiva ou negativa... e a opção é feita quando decides viver em consciência no teu dia-a-dia...
Para mim, é isso que faz com que a própria vida valha a pena...
Noutras palavras, isto quer dizer que crias o teu caminho na conjugação entre o facto de te deixares tocar pelas estórias e essências de quem se cruza contigo e a vivência das tuas próprias estórias.
Tudo tem um sentido e não há coincidências em relação aos encontros e desencontros que existem na nossa vida... porque se há pessoas que têm que estar momentaneamente na nossa vida, há outras que nos têm que acompanhar a vida toda, ou pelo menos durante um período muito grande desta.
Isto a não ser que nos precipitemos e tomemos decisões que são contrárias ao que é melhor para nós. Mas aí o coração dá um sinal mais que perceptível... a falta de paz, a ansiedade, às vezes até dor física... tudo sinais de que o nosso guia interior envia para indicar que o nosso livre arbitrio está a ir em direcção contrária ao que é melhor para nós... para a nossa evolução. Isto conta tanto para quem se afasta de com quem deve permanecer, como aquele que teima em não deixar para atrás o que já não serve à sua evolução... por medo ou por passividade. Aqui digo respeito a amigos, colegas, companheiros... as ditas pessoas que se cruzam connosco com uma missão especifica na nossa vida e nós nas delas.
Sinal de que essa pessoa é importante... são os sinais de reconhecimentos nos momentos iniciais do contacto... o parecer que já conhece, que já viu... um bem estar tão natural e espontâneo.
Temos que criar esta consciência interior e em contacto connosco próprios questionar ao nosso guia interior se é para mantermos o contacto com dadas pessoas!?!?!?! Quem são estas pessoas e o que significam na nossa vida? As respostas vêm tão mais facilmente quanto mais nos conhecemos e quanto mais confiamos no nosso coração... e quanto mais soubermos manter a neutralidade...
A vida é um agri-doce mistério que vamos vivenciando... e o caminho é construído de decisões diárias que vamos tomando através dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.

Há dias em que eu própria estou tão perdida sem perceber porque estou aqui uma vez mais com estas roupagens. Em que me apetece simplesmente despir-me deste corpo e voar para outras paragens, longe da Terra.
Outras em que tenho tanta força para sorrir e ser quem sou que vou vivendo pelo puro prazer de cada momento... cheia de sentido pelas razões que cá estou.
Ultimamente tenho-me sentido inerte... só me sinto bem a escrever... e vejo-me sozinha a maior parte dos momentos livres. Sinto-me vazia... esquecida das missões, despida de ilusões que acho que às vezes crio para seguir em frente num impulso.
Fico fixada no momento presente... mas sinto-me inquieta com a indefinição do futuro...
Queria mais para o presente... e ver o futuro tão longe faz-me sentir uma ansiedade que me rouba a paz...
O que será que me espera?!? Há tanta coisa que quero viver... tanto que quero ainda sentir e o momento parece não chegar, como se tivesse as amarras presas... e não conseguisse avançar.
No meu peito palpita o som da impaciência e torna-se ensurdecedor este palpitar... Só o consigo controlar a meditar...
As oportunidades demoram demais e se aparecem logo parecem fugir a seguir... por entre a névoa, como se me fizessem duvidar por momentos sequer que tenham existido.
Eu no tempo de espera pareço não ter mais criatividade no meu pensamento... pois fico-me pela sensação de perca de tempo!!!
Onde todos parecem conseguir encontrar oportunidades menos eu...
Tenho que acreditar com fé que isto tem algum sentido...

quinta-feira, novembro 04, 2010

Meditação: a cura para as doenças do nosso Interior

Osho conquista-me a cada frase no Livro da Cura. Este explana, de forma exemplar, parte da essência humana e a importância da meditação.
Eu vejo em mim os efeitos do tempo em que pratico meditação e não sou de longe a pessoa mais disciplinada a fazê-lo.
Há questões que todos temos que trabalhar em nós e a auto-disciplina é um dos meus pontos fracos... mas tenho consciência disso e esforço-me para trabalhar em mim esta questão.
Mesmo assim faço meditação frequentemente, em grupo pelo menos uma vez por semana, sozinha depende dos dias, porque há dias em que faço vários vezes, um ou outro em que não faço.
A meditação leva-me ao encontro de mim mesma... ao encontro duma paz e felicidade interior que são só minhas. Com isto quero dizer que essa paz e essa felicidade não dependem se estou no melhor trabalho do mundo, se tenho namorado, ou se tenho amigos... se tenho muito dinheiro na conta ou não. O que é incrível!
Comecei a praticar recorrentemente e individualmente há mais de 2 anos. Em grupo já lá vai um ano de prática... e muito orgulho tenho em orientar este grupo!
O encontro com a meditação veio no seguimento do meu contacto com o Reiki e da necessidade de sobreviver num determinado momento da minha vida.
Tinha-me entregue de corpo e alma a algo que depois de deixar de fazer sentido me tirou o rumo... isto porque não aceitei que tinha sido uma passagem e continuava a acreditar que tinha perdido a hipótese de construir o futuro como eu desejava.
Agarrei-me ao contacto com o meu interior através do Reiki e da Meditação como únicas tábuas de salvação e comecei o meu percurso passo a passo para chegar onde estou hoje.
Hoje noto que sou uma pessoa mais segura de mim... mais forte, mas mais capaz de assumir as minhas fragilidades e defeitos. Para além disso, este trabalho permitiu-me em conjugação com o que vivencio dia-a-dia com as pessoas que fazem parte do meu mundo, conhecer-me tão bem que sei exactamente o que tenho que trabalhar para crescer (e vou fazendo-o continuamente). E mais importante ainda aprendi a gostar de mim tal e qual como sou.
Como encontrei num artigo e diga-se que adorei, a meditação "Trata-se de um medicamento que não pode ser comprado nem vendido numa farmácia. (...) O doente só precisa dispor de tempo para tomar contacto consigo mesmo, apropriar-se de seu corpo e mente, tornar-se por alguns instantes senhor de seus pensamentos."

Há mais de 30 anos que a Medicina estuda os benefícios da prática da meditação, seja para prevenir doenças, seja para tratá-las. Além de ensinar o nosso organismo a gastar menos energia, a lutar contra o stress e ansiedade, tem benefícios cognitivos. Segundo pesquisas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a meditação aumenta a actividade na região frontal do cérebro, responsável pela concentração, abstração e atenção. Outros estudos também comprovaram que a meditação retarda o envelhecimento e melhora a qualidade de vida.
Por isso meninos e meninas toca a arragaçar as mangas e trabalhar...