sexta-feira, junho 18, 2010

Algo escrito há muitos anos!!!

Em 1999 comecei a escrever algo a que chamei de Divagações...!
Hoje releio aquelas 100 páginas e muitas vezes me comovo por perceber o sofrimento pelo qual passei, as dores que carregava e me consumiam...
Hoje sou diferente, embora na essência muito seja igual...
... Sou hoje o claro resultado da resolução daqueles conflitos interiores!

Partilho um pouco.


... quem sou eu???

Força.......... o que é isso? Já não sei o que é nada... ando aqui por andar... talvez em busca de um ideal que ilustrei tão bem dentro de mim... que já não sei, ser real ou construção.
Ando aqui a ver luzes que se apagam pelo caminho, à minha volta, portas que se fecham, pelo apiadeiro, ficando um caminho cada vez mais escuro e deserto à minha frente. E eu caminho, uns dias, alegre como uma pétala dourada, de uma flor que brilha na aurora... outros mais cabisbaixa... arrastando-me na minha cama em pensamentos que não me fazem sair de cais algum... pois teimo em remar de navio atracado... com as amarras bem presas na teimosia de um só espírito.
Ai como eu choro...
Foi me dado o dom, ou castigo, não sei como lhe chamar... de chorar interiormente. É raro verem verter deste olhar uma lágrima que seja... quando isso acontece tal é a dor que não o posso descrever com palavras...
Sento-me num recanto do quarto que me foi designado... talvez pelo conselho de Deuses que se desenha nas linhas do quadro de um famoso pintor... nos confins de um paraíso que pinta toda a nossa vida.
Sento-me... no silêncio da escuridão que se ouve no sussurrar do momento, tecido por entre as teias do tempo...
Sinto-me estranha... talvez como um fantoche movido pelas cordas de alguém que gosta de ver um permanente sorriso... mesmo em pautas sem cor... daí me ter comprado numa qualquer loja... naquela pilha de bonecas, no cesto dos defeitos...
Sinto-me... numa calma serenidade me imposta pela amargura do real que me acordou dos doces sonhos.
Choro...
(sem razão aparente...)
Choro... simplesmente...
Paira sobre mim... o olvidar da minha repentina mudança! Desde quando se congelou uma parte da minha sentimental alma... solidificando-se em agri-doce gelo?
Queria tanto eu... partir as espirais de emoções e sentimentos que me consomem como fogo... e que se esvaem, lascivamente, por entre os meus dedos...
Pensava eu que a minha revolução tinha acabado e começado num só ponto da minha consciência. Engano meu! É continuada... arrastando-se pelo despir dos momentos... rasgando a condição escondida perdida por entre os cinco principais elementos.
Não sei quem sou!
Se num segundo sinto gelo... noutro sinto chama...
Vivo na inconstância de um estranho Ser que vive lutas constantes... num só estádio, com um só jogador.
Dói-me querer-te num dia... adormecendo na ternura de um sentimento que te oferta num sonho meu... Acordando, noutro, numa rude frieza... imposta por mim mesma ... Balançando-me num plano de incertezas e inseguranças que se guardam nas minhas entranhas... sem serem sequer faladas.
Este é o meu cenário...
... pelo menos no presente segundo, de um breve minuto... que já passou mal acabei de escrever a última letra... da última palavra... seguida de alguns pontos, não bem porquê...

Viver com a alma


Apetece-me escrever quem sou… mostrar a minha verdadeira essência… nua, sem pudor, mas não encontro palavras. Resta-me ser… e quem tiver audácia, olhe-me de frente... e beba um pouco.
Muitas pessoas já me disseram que escrevo com a alma, eu corrijo… eu vivo com a alma. Faço questão disso, desde que aceitei viver uma vida mais… por aqui…
Escolhi ser feliz a cada minuto… saborear cada momento… ser a cada passo, construindo o meu caminho. O caminho da Carla…
Sou uma privilegiada acima de tudo, mais do que todas as pessoas que se cruzam comigo (que também o fazem) o universo mima-me… concretiza os meus desejos por mais simples que sejam, às vezes só pela manifestação tonta do meu querer… o que agradeço do fundo do meu coração.
Numa leitura de aura há uns anos apelidaram-me de feiticeira… sem compreender, rejeitei a ideia. Hoje assumo-me como feiticeira… não no sentido que lhe dão por tendência, mas como feiticeira dos meus desejos e sonhos.
Amo o meu caminho a cada passo, amo quem se cruza comigo, e amo o trabalho que faço em mim e nos outros intencionalmente ou sem intenção…
O acto de viver verdadeiramente… viver com a alma é mágico!
Experimentem um dia que seja…
Digam o que vos vai no coração… façam o que o instinto manda… acreditem que merecem tudo de bom que a vida tem para vos dar e assumam que tudo isso está a chegar…
Mesmo que sejam incompreendidos… mesmos que vos olhem com um ar desconfiado, ou até assustado, não hesitem, é compensador…
Quem estiver verdadeiramente preparado para vos ver como vocês são ficará a vosso lado.
Não temam em ficar sós, porque nada disso acontecerá… basta confiar… ser quem somos verdadeiramente só nos trará mais pessoas e mais situações que vão ao encontro dos nossos desejos e necessidades.
As mudanças ocorrem não para nos castigar, mas para que consigamos direccionar-nos no caminho mais correcto… por mais que pareçam duras… qualquer um de nós já teve exemplos disso na sua vida.
Por isso… vamos viver com a alma!!!!!

quarta-feira, junho 09, 2010

Pensar na pessoa em que te tornaste: um bom exercício!

A pessoa em que me tornei
Olho para atrás e longo foi o caminho percorrido. Tenho que admitir que sempre amei o meu interior, não sei explicar o porquê, mas sempre aceitei e gostei da minha maneira de ser por mais estranha ou diferente que fosse.
O corpo físico já tive mais dificuldades em aprender a amar, mas sei que a cada dia o faço com mais intensidade e mais carinho. Lembro-me dum período em que tinha dificuldades em olhar-me no espelho, dias em que gostava do que via, mas outros em que detestava completamente, aliás chegava a rejeitá-lo. Depois com alguma aprendizagem e mais pelo que diziam do que pelo que sentia comecei a mudar. Tenho que agradecer às pessoas que se cruzaram comigo e que foram capazes de me ajudar a perceber a minha própria beleza exterior. Amarmos o nosso corpo é crucial para o nosso equilíbrio, para a nossa confiança… para o modo como nos relacionamos com os outros.
A minha descontracção extrema como muitos me dizem vem desta aceitação. Sou como sou e gosto de quem sou… amo cada passo que dei, cada queda, cada vitória… amo cada defeito e cada virtude… aceito tão bem as minha luz, como as minhas trevas e é isso que me faz sentir feliz. É isso que faz com que seja a Carla.
Sou um ser de contradições com muita coerência interior… só quem me conhece é que entende. Amo a pessoa em que me tornei… guerreira… lutadora, mas tão frágil quanto forte. Tanto tenho de menina, como de mulher independente e segura. Tanto tenho de espiritual como de racional e até céptica… extrovertida e reservada.
Hoje cada vez que acordo sorrio ao espelho… independentemente de ser um protótipo de beleza ou não, isso é me indiferente… porque sinto-me bem na pele da Carla, por dentro e por fora.
Amo a pessoa em que me tornei… amo a pessoa que sou!