Toda a minha vida tracei o meu caminho da melhor forma que consegui, daí me orgulhar de cada opção e de cada experiência... tenha corrido melhor ou pior no final das contas feitas. A Elka (Beijo enorme para a minha amiga do coração) costuma dizer que eu tenho uma costela suícida (ela também, mas são outras estórias :p ). Essa expressão dá-me alguma vontade de rir, mas não deixa de ter o seu fundo de verdade. Sempre lutei pelo que quis, sempre dei saltos de fé... sempre acreditei e segui... e se não ia a bem, como eu queria, eu empurrava.
Hoje em dia apercebo-me de que mudei. Se tenho que aguardar, se tenho que largar um desejo, porque a luta não surte o efeito desejado... se tenho que ceder nalguma coisa em que acredito... ainda vacilo... ainda fico ansiosa... porque a minha tendência natural é lutar. Percebo que me é dificil parar e conseguir distinguir entre aquelas situações em que é necessário insistir para surtir o efeito desejado ou aquelas em que é melhor aguardar ou até desistir definitivamente, mas já sei aceitar... já sei gerir estas situações com uma serenidade que não existia em mim!
Acho que a palavra rebelde me assenta bem, mas sei que a minha rebeldia já é bem mais controlada e direccionada do que era. Foram precisos quase 30 anos para eu chegar ao ponto em que consigo lidar com um não, um talvez e com os impasses, percalços ou rupturas duma forma completamente diferente. Lembro-me de momentos em que para lutar pelo que achava uma injustiça ou por algo que acreditava que valia a pena praticamente empenhava toda a minha energia na luta e o resto da minha vida andava a meio ou a quase nenhum gaz.
Só notei que havia mudado quando me deparei com uma situação especifica este Agosto. Algo em que eu instintivamente e do fundo do meu coração acreditava revelou-se ser totalmente diferente... e eu em vez de lutar aceitei... aceitei a ordem que o universo estabeleceu e aceitei o livre-arbítrio das pessoas envolvidas. E além de ter aceite nem sequer me revoltei...
Aí apercebi-me do quanto cresci, do quanto evolui. Consegui domar um pouco da minha rebeldia interior e agradeço do fundo do coração à minha essência essa evolução, pois isso trouxe-me uma paz imensa...
Esta mudança e muitas outras que aconteceram ao longo da minha vida, tenho que agradecer às pessoas com as quais me cruzei, mesmo àquelas que me magoaram. Não me esqueço que muitas vezes no passado me disseram que os nossos maiores inimigos são os nossos maiores aliados. Hoje percebo o porquê! Todas as quedas, as chapadas, os tropeções, as partidas e as maldades que me fizeram levaram a que, em conjugação com as coisas boas que me aconteceram, seja quem sou hoje.
E eu sou alguém de quem me orgulho ser!
É isto que me motiva a levantar a cada dia e sorrir, procurando ser feliz a cada minuto.
É isto que distingue este período da minha vida em relação ao resto. Não aconteceu dia 9 de Setembro quando fiz 30 anos, mas foi algo que se manifestou em 2010, no ano em que fiz 30.
Agradeço as dádivas de cada dia... agradeço os anjos com que me cruzo a cada diz... aqueles de carne e osso e os outros...
Sou feliz e sei que o meu futuro vai ser maravilhoso, porque eu mereço.
Sentir tudo isto é o que me distingue em relação a uma grande parte da minha vida, porque embora tivesse muita vontade de ser assim, nem sempre o sentia no fundo do coração.
Isto não invalida que como qualquer ser humano não tenha momentos de maior tristeza ou não me sinta perdida... eu sempre acreditei que a vida na terra servia para evoluirmos a cada dia e hoje ser mais evoluida do que ontem, não quer dizer que não tenha nada mais para evoluir no amanhã.
Por mais perfeita em relação ao passado que me sinta, não deixo de ser cheia de defeitos e pormenores para trabalhar em mim...
Mas hoje sorrio em pleno e digo: gosto de mim e gosto da minha vida.
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