quarta-feira, maio 12, 2010

Introspecção

Tenho que agradecer ao Universo…
Ultimamente o Universo tem-me dado das dádivas mais preciosas que podem existir… pessoas especiais que têm surgido no meu caminho e que me têm dado doses industriais de carinho e amizade… para não falar de ajuda prática no meu dia-a-dia.
Eu sou das pessoas mais “aluadas” que podem conhecer, mas sinceramente acho que é algo que já não tem solução. Melhor exemplo do que eu ir reunir um grupo para fazer uma actividade, cujo objectivo principal é entregar os diplomas dos workshops que eu fiz no Março Jovem, e levar tudo menos os diplomas!?!? A minha sorte é que o Universo põe no meu caminho pessoas que me auxiliam, duma forma tão natural e altruísta que faz com que tudo corra pelo melhor.

Há uns dias entrou um Sr. no meu local de trabalho que dizia “Oh Meu Deus… as pessoas são cada vez mais infelizes… as vidas delas estão cada complicadas!!!”… e mais uma ou outra frase extremamente “animadora”. Eu muito calma disse-lhe que muito pelo contrário… a minha vida estava cada vez melhor… eu sentia-me cada vez mais feliz e cada vez mais perto de concretizar os meus sonhos e desejos. Ele ficou um ou dois minutos a olhar para mim e a única resposta foi dizer que ficava feliz por mim… mas logo saiu da porta e foi para o gabinete seguinte lamuriar-se no mesmo tom que já tinha usado comigo inicialmente.
No meu dia-a-dia oiço o mesmo tom, na mesma faixa energética negativa… do “está tão mau”… "tão difícil"… “é tão triste”… “onde vamos parar”… que muitas foram as vezes em que saí quase de rastos para casa… energeticamente desgastada… e acreditar em tudo isso. Numa das últimas sessões colectivas que fiz no Centro de Emprego para pessoas com mais de 50 anos, uma Sra. no fim perguntou-me se eu fazia aquelas sessões todos os dias, porque se fizesse apostava que não tardaria a ser tratada duma depressão.
Isto para chegar à conclusão que meio mundo vive num mundo feio, triste, duro… e que leva a vida como um sacrifício.
Mas eu não me coloco nesta categoria... mas levei alguns anos até chegar onde estou e só cheguei a este ponto à beira dos 30 anos. Lembro-me de 3 fases na minha vida e olhando para atrás as duas outras fases parecem mais vidas passadas do que relacionadas com esta vida.
Até aos 18 anos sobrevivi… a tentar que chegasse um dia em que me sentisse feliz verdadeiramente.
Em meados dos meus 18 anos o meu pai foi adoecendo até falecer em Dezembro de 1999. E nesse período tudo mudou! Não consigo dar um nome único e específico a este período da minha vida… mas decorreu até sensivelmente ao ano passado, até Agosto de 2009. Aconteceram milhentas coisas diferentes nestes anos todos, mas a postura sempre foi igual… descobri que tinha que ser feliz no meu dia-a-dia… e era-o em muitos momentos. Porém sempre procurei a felicidade no meu exterior durante estes anos todos… para não mencionar no facto de lutar desesperadamente para encontrar paz interior… e para encontrar o meu lugar no mundo. Se me dissessem para escolher uma ou duas palavras para este período eu diria luta… e procura de fé. Isto porque com a morte do meu pai eu perdi a fé, esquecendo-me inclusivamente do que era ter fé…
Em Agosto de 2009 encontrei-me… não aconteceu tudo nesse dia… digamos antes que nesse momento tudo se encaixou!
Encontrei-me por entre a meditação… as terapias… os verdadeiros amigos… depois de mais uma ruptura na minha vida. Perdi alguém, para me ganhar a mim como sou hoje. Mais segura, mas mais certa das minhas limitações… tanto sensível como forte, aliás até mais consciente de que sou mais frágil do que forte, mas que quando preciso sou detentora duma força insuperável.
Dei por mim a ser terapeuta… a dar cada vez mais workshops, a dar aulas de meditação… feliz, com uma fé que me guia a cada dia… a viver, finalmente, e no sentido literal da palavra.
Continuo a viver um dia de cada vez… faço questão de o fazer… com a maior intensidade que possa. A dar-me aos outros e a receber destes o que possa e o que me dão. Mas acima de tudo percebi que a felicidade é em mim e de mim que parte e não o contrário... ela pode ser fomentada por factores exteriores, mas não pode daí se alimentar exclusivamente.
Uns dizem que sou dada de mais… outros acham que sou estranha… outros habituaram-se e gostam de mim como eu sou. Encaixei-me finalmente neste mundo… amo quem sou… e faço questão de vivenciar a minha essência a cada dia, o que me dá um gozo enorme.

Falta-me muito caminho para percorrer… muito trabalho, muitas aprendizagem… mas estou no meu caminho e sei que estou onde devo estar… e como devo estar…

Não pensem que não tenho momentos de tristeza ou momentos de crise, a diferença é que me agarro com toda a força e valorizo ao máximo o que é bom… o que me faz feliz… e cada vez mais ponho de parte o que vai menos bem… ou mais ou menos, ou até mau… acreditando com toda a fé que brevemente tudo correrá nesses sectores pelo melhor.
Querem saber se resulta?!?
Resulta e bem… o Universo a cada dia traz-me as respostas e as soluções… podem não ser tão rápidas como anseio, mas vêm e o que eu noto é que vêm quando devem, pois antes não faziam sentido.
Desde que assim vivo nada me faltou, tudo se resolveu e eu acredito que é por eu em cada vez mais momentos da minha vida vibrar em energia de luz, de fé, de amor…

Sou feliz…

O meu único problema neste momento é conseguir ter tempo para fazer tudo o que gosto... e estar com todas as pessoas que desejo e que me são queridas, ao mesmo tempo que trabalho e trato de quem me bate à porta e solicita a minha ajuda.
Tenho que pedir perdão a quem não tenho dado a atenção devida... e aqui incluem-se amigos, familia, até me incluo a mim própria, mas faz parte dum período de transição...
Hei-de não tarda trabalhar exclusivamente daquilo que gosto e aí terei todo o tempo do mundo... até lá vivo feliz com o meu dia-a-dia, de momento em momento...

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